5 motivos para aprender um segundo idioma ao morar no exterior

Quando me mudei pela primeira vez a outro país, existiam duas coisas que eu tinha muito medo: pagar compras no supermercado e falar ao telefone. Neste artigo, explico algumas vantagens de falar o idioma quando você vive em outro país.
Vivir en el extranjero

Ilustrado por Alejandro Mesa

Se você ainda não morou em outro país, com certeza, conhece alguém, ex ou parente que fez as malas e decidiu deixar tudo para trás para morar no exterior. Cada história é diferente, há quem vá trabalhar ou estudar, quem busca novas oportunidades, e, em tempos de Tinder, quem vá atrás de um amor. Também há gente que viaja de férias e nunca mais volta, que se muda só ou com alguém, e quem simplesmente tem que ir… Enfim, poderíamos ficar aqui enumerando diversos motivos para morar fora, mas no final, quando nos mudamos para para outro país, sempre vamos encontrar certas situações que colocam à prova nossa paciência, e nessa hora, falar um outro idioma ou melhor ainda, a língua local — vai fazer toda a diferença.

1. Visto para um sonho (e para morar no exterior)

Comecemos pelo princípio: se queremos nos mudar definitivamente ou por mais de 6 meses para outro país, sempre teremos que enfrentar consulados e vistos (a não ser que você tenha algum outro passaporte sem ser o brasileiro). Pode até ser que em alguns consulados lá fora falem português, mas a maioria das informações relevantes se encontram no idioma local ou inglês.

  • As universidades internacionais têm sua informação no idioma local, e, na maioria dos casos em inglês. Então para entender os requisitos e se candidatar, você tem que no mínimo falar inglês.
  • Se você quer se candidatar a uma vaga de trabalho, você vai ter que fazer um CV e uma carta de motivação pelo menos em inglês.
  • Se você quer fazer um curso de idiomas por sua conta, terá que procurar, ler e entender as condições de cada escola, assim como preços, matrícula, etc…

Claro que você sempre pode recorrer a agências para cuidar de toda essa papelada para você, mas lembre-se que uma vez que você saiu do avião, terá que lidar com tudo por conta própria. Ou seja, você vai ter que falar, pelo menos, um segundo idioma.

2. Adaptando-se ao novo país

Mudar para outro país = turbilhão de sentimentos.

Por um lado, nós temos uma expectativa e euforia por causa da novidade, por outro, as incertezas de um novo começo, assim como o sentimento de nostalgia ao pensar em tudo que deixamos para trás. Entender e ser entendido(a) é uma das melhores maneiras de se adaptar e lidar com as primeiras mudanças. Situações simples como, por exemplo, comprar um café pela manhã, decifrar a máquina que vende bilhetes de metrô ou enviar e-mails para conseguir um apartamento na cidade são coisas que você terá que fazer e que, por mais que pareçam insignificantes, elas podem ser frustrantes se você não fala o idioma.

Se você muda para um país de língua inglesa, terá a sorte de falar inglês, mas se você mudar para Alemanha, França, Grécia ou Itália, só para mencionar alguns, com certeza só o inglês não vai levar você muito longe. Para dar um exemplo da vida cotidiana: o zelador. Nos quase 8 anos que vivo fora comprovei que o nível de inglês dos(as) zeladores(as) é muito baixo, é uma geração que decidiu investir seu tempo com outras coisas. No final, essas pessoas prestam um serviço e tem o poder, portanto, se você precisa consertar aquele cano entupido ou ajuda para instalar a internet, você terá que falar o idioma local.

3. Bürokratie, bureaucracy, burocrazia, burocratie, biurokracja, 官僚制…

Los problemas de vivir en el extranjero

A palavra burocracia faz referência ao conjunto de atividades e trâmites que se têm que fazer para resolver um assunto de caráter administrativo, portanto, algo que nenhum adulto está isento. Se em algumas situações é exaustivo e frustrante fazer em português, imagine lidar com documentos em russo, alemão, turco…! Exato, não é nada divertido e a única maneira de fazer isso é falar o idioma local.

E olhe, não estou falando disso só na hora de comprar uma casa ou montar um negócio, e, sim, de coisas necessárias como conseguir um plano de saúde, registrar o seu endereço, conseguir informação tributária, carta de motorista, ou simplesmente abrir uma conta em um banco. Necessidades básicas, não é mesmo?

4. O dia a dia

Pessoalmente, existem duas coisas que me dão pânico quando estou em um país e não falo a sua língua: pagar uma compra e falar no telefone. Tenho medo dessas perguntas simples que fazem no caixa: com ou sem sacola? Com cartão de débito ou crédito? Acumula pontos? Quer doar 1 centavo para a fundação de gatinhos abandonados? A cada pergunta eu derramo uma gota de suor. No fim, eu paga e fujo de maneira vitoriosa, pensando que falei tudo bem mal, mas consegui o que queria.

Segunda situação: eu quero contratar um plano de internet com chamadas ilimitadas para o seu país de origem com uma tarifa incrível. Quando chega a primeira fatura, vejo que estão cobrando o triplo. E agora? Exato, tenho que ligar para o serviço de Atendimento ao Cliente para perguntar e contar toda a história de como me enganaram e agora estão cobrando mais. Acredite, é um dos momentos que falar o idioma local vai realmente facilitar a sua vida.

5. Aproveitar a cultura local

La experiencia de vivir en el extranjero

Uma vez que você domina um segundo ou terceiro idioma, é como mágica que as amizades nos lugares se fortalecem. De repente, começam a convidar você para jantares familiares, aniversários de familia, casamento da prima. É como se quisessem que você experimentasse a cultura em primeira mão, simplesmente genial!  O problema, ou melhor, desafio, é que nesses eventos o idioma falado não é o seu… por isso você tem que se esforçar para entender, se fazer entender e aproveitar bem. Parece complicado, mas quando você domina o idioma é algo que flui. Pode apostar!

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